Charming Fall - S01E01 - Glasses Slippers


Aposto como vocês conhecem os antigos contos de fadas. Bom, eu tenho uma visão diferente sobre eles. Será mesmo que tudo acontece por um milagre de uma fada? Será que uma princesa acorda simplesmente por um beijo de um príncipe? Nessa versão da história, na minha versão, a fada, será o demônio e o príncipe não beija a princesa, e sim... É melhor eu não estragar a surpresa, ainda tem muita história pra contar. E, de entre muitas e muitas bruxas ou vilãs, nessa terá apenas uma, ou duas, mas não vem ao caso, ainda. Para começar, eu queria me apresentar adequadamente. Meu nome é Mellanie Elizabeth Yustman. No paralelo em que eu estabeleci, eu me encaixaria na posição da Cinderela. Bom, eu vou começar com a minha história, o que é bem “light”, pois minha história não é tão "agitada" quanto a do restante.

 Eu moro aqui, em Davenport. Eu tenho duas irmãs mais novas, bom, meias-irmãs. Meu pai era dono da maior indústria da minha cidade e a minha madrasta tinha um caso com o seu adversário antes de se envolver com meu pai. Supostamente a minha meia-irmã mais velha é filha do antigo adversário do meu pai e a mais nova é mesmo filha do meu pai, mas é algo que eu ainda estou vendo. A mais ou menos 10 anos atrás meu pai morreu de uma overdose, e minha mãe morreu quando eu era bem pequena. Tem também minha madrasta, que por trás da boa imagem que ela tenta passar as pessoas da cidade, existe uma pessoa um tanto, perigosa. É claro que eu não tenho provas suficientemente concretas sobre o “perigo” dela, mas eu sei que ela não é boa pessoa. Creio eu que ela foi culpada pela overdose tão repentina do meu pai, já que a história tá bem mal contada, por enquanto, mas cada um acredita no que quer.
Desde então, minha madrasta me faz trabalhar na empresa do meu pai como sua "escrava pessoal". Hoje haverá o baile de formatura da escola, e todos vão, inclusive as minhas irmãs. Eu economizei o ano todo para comprar o meu vestido, mas o diabo – meu jeito extremamente gentil de chamá-la – me fez arrumar uns papeis bem na hora do baile.
Essa seria a parte da historia onde eu choraria no colo da minha fada madrinha e ela num passe de mágica me faria chegar ao baile em uma abóbora gigante, com um vestido lindo e sapatinhos de cristal. Há quem diga também que a Cinderela fez um pacto com o diabo, muito esquisito. Eu acho que eu faria, mas no meu caso, “o diabo” é o meu pior inimigo, então não rola.  Ao contrario do que dizem, eu irei ao baile sim, embora não tenha a valiosa permissão da minha querida madrasta.
Eu marquei de me encontrar com a Ella – minha melhor amiga – para irmos ao baile juntas, já que nenhuma das duas haveria conseguido um par para o baile, e por sorte o diabo não apareceu. Eu já havia deixado tudo pronto antes de ela sequer entregar o trabalho para eu fazer. Agora, só faltava ir. Ella chegou com o antigo carro do pai dela, o orgulho dele, mas o carro era uma bosta. Chegando ao baile eu avisto Cody, por quem eu tenho uma queda desde... esse ano. E finalmente (nem tanto), senhoras e senhores, chega a hora de escolherem o rei e a rainha do baile (para vocês verem o quão atrasada eu e minha amiga chegamos, o trânsito de vacas na estrada não colaborou, e nem o carro né). Nada mais justo do que uma verdadeira princesa para subir ao palco. Eu estava com uma leve desconfiança de que se eu ganhasse, teriam 99,9% de chances de jogarem um balde de sangue em mim. Eu posso não ser Carrie White, mas a maioria das pessoas aqui gostaria de fazer algo do tipo comigo, o porquê? Nem eu sei, mas fazer o quê, certo?
Depois de um tempinho de tédio e todos bem atentos esperando a mulher que fica no palco finalmente revelar quem diabos seriam a realeza do colégio no ultimo ano, para a surpresa de todos... Elizabeth Queen – migs – para rainha, e para a surpresa de absolutamente ninguém, Cody Smoak – o crush –, para rei.
Algumas horas depois o Cody finalmente chega perto o suficiente de mim e me pede para dançar com ele. Okay, ele não pediu, eu pedi, mas é bom ter uma "lembrança" boa daquilo, mesmo não sendo verdade. A dança acaba e eu acabo deixando um sapato meu na piscina (claro que de propósito, eu queria ver se a historia continuaria, mas o que provavelmente iria acontecer, seria eu perder o par do meu sapato, já que aqui não é realmente o mundo mágico).
Meu celular avisa que já é meia-noite e eu tenho que voltar antes que o carro do diabo chegue à empresa e veja que eu não estava lá. Por sorte eu tinha algum trocado e dei ao táxi para ele me levar até lá.
Chegando à empresa eu vejo o diabo sentado na minha cadeira (okay, na cadeira dela) e olhando para mim. E adivinha? Eu fiquei de castigo. Agora estou no meu quarto, deitada, escrevendo isso, enquanto boa parte de mim queria acordar amanhã com o Cody tocando a campainha da casa e perguntando se alguém haveria perdido o sapato no baile, mas parte de mim (a verdadeira e não sonhadora) saberia que eu iria acordar e dizer “Porra, perdi meu sapato”.

PRODUZIDO POR
UNBROKEN PRODUCTIONS

ESCRITO POR
DANIEL ANDRADE

UNBROKEN PRODUCTIONS SERIES

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Por: Rafael Galvão