Albert, Ashley, Christina, Peter, Rick e eu caminhamos novamente pelas ruas assombrosas de BrookHaven. Aqui tudo é sinistro, desde o chão em que pisamos ao ar que respiramos. Minha mente não conseguiu encontrar sequer uma explicação para o que aconteceu comigo minutos atrás.
Estava eu, caminhando sozinha pelo asfalto desgastado de BrookHaven, em busca de sinal para celular, quando tropecei num cadáver. Depois de andar por mais tempo, escorreguei numa ladeira e rodopiei por um bom tempo no chão até cair de mais ou menos dez metros, chocando-me contra um rio gelado, que me puxava constantemente para baixo. Do nada, eu estou parada diante de uma parede amarelada; estou seca e não há sequer registro do cadáver.
Meu celular ainda não está comigo, e ele é a única coisa que não me permite acreditar que foi tudo coisa da minha cabeça, e este ocorrido é muito similar à garota de branco que eu vi em casa outro dia. Como é possível? Honestamente, não tenho a menor ideia, mas seja lá o que tenha me atacado, não está de brincadeira.
— Rick, onde você estacionou o carro? – Christina pergunta.
— Deveria estar bem aqui. – Rick responde.
— O carro não vai simplesmente andar sozinho, ele tem que estar aqui em algum lugar. – Ashley retruca.
Olhamos ao nosso redor e avisto um veículo preto a uns cem metros de distância. Um ar frio percorre o meu corpo, e de repente, estou mais frágil do que o normal. O impacto do meu corpo com o chão irregular faz um barulho de osso quebrado, chamando a atenção de todos.
— Amanda, o que houve?!
— Eu não sei... – Digo, e levanto-me. – O carro... Noroeste.
Aponto meu rosto para noroeste e todos avistam o carro de Rick. Ando devagar e com dificuldade, devo ter distendido algum músculo, pois por mais que a pancada fosse forte, não daria para quebrar nenhum osso meu, eu espero que não.
Rick percebe minha dificuldade para andar, e oferece-se de apoio, para que a pressão dos meus pés com o chão seja menor. Recuso, mas ele acaba me pegando nos braços e me levando como se fosse um bebê até o carro.
Sou colocada no branco de trás, Ashley, Christina e Albert estão aqui comigo, e Peter e Rick estão no banco da frente. Rick coloca a chave para dar partida no carro e suas mãos começam a tremer.
— Amanda, você está sangrando.
— O quê?! – Exclamo, e suspendo a blusa, há uma enorme quantidade de sangue saindo da minha cintura, mas não consigo sentir tontura.
— Acelera! Precisamos levá-la a um hospital, rápido! – Ashley grita.
Rick engata a marcha do carro e sai em disparada para fora de BrookHaven. O frio se torna mais intenso, a neblina fica mais densa, a chuva começa a engrossar rapidamente, os trovões ficam mais altos, e num feixe de luz, vejo novamente a figura da menina de branco sem a pupila dos olhos, com a boca cheia de sangue.
— AAH!
Meu grito é tão alto e tão assustador, que Rick perde o controle do carro, e o veículo dá um cavalo de pau na estrada, batendo a lateral na placa “Bem vindo à BrookHaven”.
Abro meus olhos vagarosamente e a cena com que me deparo é terrível. O corpo de Peter fora esmagado completamente no impacto contra a placa, suas entranhas e seu sangue saindo do seu corpo pintaram o banco do passageiro de vermelho.
Peter está morto, e desta vez, não é uma brincadeira.
PRODUZIDO POR
UNBROKEN PRODUCTIONS
ESCRITO POR
W. H. PIMENTEL
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