— Socorro! Alguém nos ajude!
Bato nos vidros na esperança de quebrá-los, mas é inútil, e tudo o que eu consigo é deixar minhas mãos doloridas. Tiro o cinto de segurança, abro a porta lateral do carro e saio do veículo. Mal dá para enxergar nada ao ar livre por conta da chuva forte e da névoa densa.
Ando por alguns metros e piso em falso, escorrego morro abaixo e fico pendurada por minha blusa em algum galho. Tento me mexer desesperadamente, mas não consigo voltar para cima, não importa o quanto eu tente.
— Ashley! Rick! Christina! Albert! – Grito os nomes deles várias e várias vezes.
Ninguém responde de volta.
E então, minha blusa rasga. Eu despenco por vários metros até cair a água gelada novamente, mas desta vez, eu caí mais fundo, e desta vez, eu tenho certeza de estar sendo puxada.
Consigo sentir duas mãos puxando meu pé para baixo, mas não me atrevo a abrir os olhos. Sacudo as minhas pernas inconstantemente, em busca de um meio de voltar para superfície quando fico sem ar.
Abro os olhos, Ashley acabou de cair na água e ela me vê. Meus pulmões estão enchendo-se de água cada vez mais rápido e eu continuo a ser puxada para baixo.
Ashley nada em minha direção, eu estendo a mão para que ela pegue, mas meu corpo está sendo arrastado para alguma espécie de caverna, e Ashley não consegue me alcançar a tempo.
Minhas mãos agora se posicionam no meu pescoço, mas meu corpo continua a ser puxado. Eu acreditava que estava morrendo, até que me sinto livre, e consigo emergir para superfície, mas não do lago. Da caverna.
— Olá? Alguém aqui?
Avisto uma margem, e boio até ela. Subo na margem e vomito uma boa quantidade de água que eu engoli.
— Desculpe ter que fazer isto, mas é para seu bem.
Essa voz não me é familiar, nem um pouco. Viro o meu rosto para trás e vejo uma garotinha loira de olhos azuis. Sua aparência inocente não me assustaria nem um pouco, se eu não pudesse ver a parede da caverna através de seu vulto.
— Você é um espírito. – Afirmo.
— Não vou negar que sou, mas se você não se entregar a mim, BrookHaven te matará.
— Como assim? – Questiono.
— Os espíritos maus, Amanda. Eles estão em constante busca por vingança. Se você ficar lá em cima, eles irão mexer com a sua mente, destroçar o seu corpo e matá-la da maneira mais lenta e dolorosa possível, apenas para satisfazer seus prazeres doentios.
Por um minuto, quero acreditar nesta menina, mas por outro, sinto que eu é que estou morta.
PRODUZIDO POR
UNBROKEN PRODUCTIONS
ESCRITO POR
W. H. PIMENTEL
UNBROKEN PRODUCTIONS SERIES
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