Bloodlust - S01E10 - Sometimes It's Better To Ignore the Truth


Já se passava do meio dia. Vários moradores locais estavam presentes na Truman's Police Precinct para descobrir o motivo de tanto alvoroço. O xerife já estava exausto por ter passado a manhã inteira interrogando testemunhas, e ao mesmo tempo assustado pela grande quantidade de assassinatos que vêm acontecendo em Trumansfield.

Kevin, o principal suspeito de tais assassinatos, passou a manhã inteira sendo interrogado por Gregory Melnick e Alan Fort. Não aguentava mais passar por aquilo. Sem paciência para continuar esperando sentada, Carrie resolveu entrar na sala de interrogatório para tirar seu filho daquela delegacia. O xerife Melnick a parou na porta.

– Com licença. Xerife... Melnick, certo? – Carrie perguntou, apressada.

– Sim, srta. Carrie, e eu presumo que você tenha vindo aqui liberar o seu filho. Mas eu temo que isto não será possível, visto que ele é o maior suspeito destes vários homicídios que ocorreram esta semana.

– Eu não sou expert nestas coisas, mas acho que você não pode manter alguém em interrogatório por tanto tempo sem provas concretas!

– Você está ciente de que o seu filho estava deitado na mesma cama em que a vítima, certo? As digitais dele estão por todo o corpo!

– Eu acredito que isto se deva a outros motivos, xerife. Caso o senhor não saiba, Kevin e Melissa estavam namorando há alguns meses.

– Pois é, ele me contou. Mas ainda não estou pronto para libera-lo. Desculpe.

– Mas eu estou, e segundo a lei, você não pode me impedir!

Carrie ultrapassou o xerife, pegando seu filho. Os dois passaram pela pequena multidão que cobria o local e saíram da delegacia. Sem poder impedir Carrie de levar Kevin embora, Gregory resolveu deixar pra lá, por enquanto.

– Reverendo, você é o próximo! – O xerife exclamou, acenando para Nicholas, que esperava há horas sentado. Ele entrou na sala de interrogatório e sentou-se. – Então, conte-nos exatamente o que aconteceu. – Gregory acrescentou.

– Reverendo era o meu pai, senhor. Chame-me apenas de Nicholas, por favor. – Ele ressaltou. – Eu cheguei em casa e encontrei minha família morta, simples assim. – Nicholas acrescentou, ainda transtornado pelo que acontecera com sua família.

– Você poderia descrever a cena para nós? – Alan perguntou.

– Eu prefiro mostrar o video que eu trouxe. – Nicholas afirmou, estendendo a mão para entregar um dvd para o xerife.

– Vocês têm câmeras numa igreja? – Alan perguntou, surpreso.

– Sim, meu pai instalou-as por precaução.

Gregory colocou o dvd no aparelho abaixo na televisão que tinha na sala. Os três começaram a assistir o video.

Enquanto isso, no Clark's, Sarah estava conversando com Michael, que estava tomando seu café da manhã.

– Então, um vampiro me hipnotizou?

– Sim, ele te compeliu a esquecer de ontem à noite.

– Filho da mãe! E... quando mataremos ele?

– Acho melhor você ficar fora disso, Michael. Eu não quero que você se machuque por minha causa.

– Por acaso você se esqueceu quem foi que te ensinou tudo sobre vampiros?

– Não importa. Por favor, eu estou te pedindo como amiga!

– Tudo bem. Depois que eu terminar meu café, irei embora. Mas não se esqueça: qualquer coisa, é só me chamar! – Michael exclamou.

– Tudo bem. Faça uma boa viagem.

Sarah deu um breve abraço em Michael, e em seguida foi até a cozinha falar com Dean, que depois de alguns dias ausente no trabalho, estava finalmente voltando a cobrir seus turnos.

– Oi, Dean. Eu não te vejo há algum tempo. – Sarah afirmou, a fim de puxar assunto.

– Pois é. Precisei me ausentar por causa de uns problemas pessoais, mas agora estou de volta. Você precisa de alguma coisa?

– Sim, na verdade. Você é meio que... um bruxo, certo? – Sarah perguntou timidamente.

– Eu acho este termo um pouco ultrapassado, mas sim. Minha família é a especialista em "macumbas". Por que a pergunta?

– É que eu estou passando por uma fase meio difícil. Acho que pode ter algo de errado comigo, mas não sei explicar o que é. Será que você poderia me ajudar com isso?

– Não entendi muito bem o que você quis dizer. E nem sou um bruxo de verdade, aliás, sou apenas novato. Você deveria falar com a minha tia, Bree. Ela manja de todo esse tipo de coisa. Se tem alguém que pode te ajudar, é ela.

– Ótimo. Qualquer coisa serve. Onde posso encontra-la?

Dean pegou um dos papeizinhos com a anotação do pedido de um dos clientes presente no balcão da cozinha e escreveu no lado em branco o endereço de Bree.

– Toma, este é o endereço.

Dean entregou o pedaço de papel à Sarah.

– Muito obrigada mesmo, Dean. Eu fico te devendo essa!

Enquanto isso, na Truman's Police Precinct, Gregory e Alan estavam chocados com a cena do assassinato do reverendo e sua família. O video mostrara uma dezena de pessoas invadindo a casa e, aparentemente, sugando o sangue das vítimas. Eles não acreditaram no que viram.

– Vocês viram isto?! Estas pessoas que mataram a minha família não eram humanas! – Nicholas alegou. Já tinha visto o video várias vezes em sua casa antes de trazê-lo para a delegacia, ainda estava apavorado com o que vira.

– Nicholas, sem dúvida isto foi chocante. Mas nem por isto significa que estas pessoas não eram humanas. Acredite ou não, existem sim casos de canibalismo pelo mundo! – Gregory afirmou, soltando risos.

– Canibalismo?! Aquelas pessoas tinham presas! – Nicholas exclamou, irritado.

– Vai ver era só reflexo da câmera, não tinha como ver direito. Acho melhor você se acalmar e ir pra casa, Nicholas. Faremos tudo ao nosso alcance para pegar estes "canibais". – Gregory afirmou.
Nicholas ia continuar discutindo, mas percebeu que estava fora de controle e que ninguém iria acreditar em sua palavra. Então, resolveu sair dali, zangado.

Algumas horas depois, Sarah chegou na casa de Bree, a tia de Dean. Ficou surpresa ao chegar ali. Percebeu que era na verdade um consultório espiritual. A porta estava aberta, então ela resolveu entrar. Ao chegar ali, avistou vários livros espirituais numa estante, assim como velas e incensos à venda. Bree chegou à recepção para atende-la.

– Posso ajuda-la? – Ela perguntou.

– Eu espero que sim. Meu nome é...

– Sarah, certo? Você é amiga do Dean e veio me procurar por que experienciou algo fora do comum ontem à noite.

– Isto mesmo, como adivinhou?! – Sarah perguntou, surpresa.

– Eu sou uma wicca, querida. E uma muito experiente. – Bree respondeu, sorrindo. Em seguida, apertou a mão de Sarah e apresentou-se. – Muito prazer, meu nome é Bree. Entre!

– Obrigada.

Sarah entrou. Avistou uma mesa no centro da sala, era o lugar em que Bree fazia suas consultas espirituais. Ela sentou-se. Bree sentou-se em seguida.

– Então, você acha que tem algo de errado com você?

– Sim, eu acho.

– O que, por exemplo?

– Bom, ontem eu estava em casa conversando com o meu... um amigo meu.

– Um vampiro?

– Você sabe sobre vampiros?! – Sarah perguntou, surpresa.

– Eu sei mais do que você imagina, querida. E não se preocupe, tudo o que conversarmos, ficará aqui. 

– Bree ressaltou.

– Obrigada. Bom, ele meio que... se aproximou de mim, e eu acho que posso ter arremessado ele para o outro lado da sala com... a minha mente. – Sarah afirmou, timidamente. Bree não conteve os risos.

– Querida, eu tenho certeza de que você não fez isso a não ser que seja bruxa como eu. – Bree afirmou. – Pegue minhas mãos e feche os olhos, por favor. – Ela acrescentou.

Sarah pegou nas mãos de Bree e as duas fecharam os olhos. Bree começou a se concentrar, era como se estivesse em algum tipo de transe. Alguns segundos se passaram. De repente, Bree pulou da cadeira como se tivesse sido empurrada por alguém. Sarah assustou-se com a reação dela, que parecia apavorada no momento.

– Oh, meu Deus! Você está bem?! – Sarah perguntou, assustada.

– Sim, sim, estou. Eu preciso que você vá embora, por favor!

– Foi... foi algo que eu fiz?

– Não, eu só estou meio cansada. A consulta foi grátis, não precisa me pagar nada.

– Tudo bem, eu acho. Tem certeza de que a senhora está bem?

– Tenho! Agora vá, por favor!

Sarah saiu do consultório, assustada e ao mesmo tempo desconfiada.

Algumas horas mais tarde, já à noite, Kath acordou amarrada numa cama em um quarto muito escuro. O cheiro ali era péssimo. Ela estava apavorada, tentou desamarrar-se, mas as cordas estavam muito apertadas. Ouvia nada mais que música barulhenta e pessoas, aparentemente, conversando em outro cômodo. De repente, alguém entrou no quarto. Era o vampiro que anteriormente sugara o sangue de Kath. Ela começou a ficar ainda mais assustada.

– O que você quer de mim, seu filho da mãe?! – Ela perguntou, zangada.

– Você é bem corajosa para gritar com um vampiro. Eu gosto de você. – Ele respondeu.

– Vampiro?! Do que diabos você está falando?!

– Ah, a propósito, eu tomei um pouco do seu sangue. Por isso, talvez você esteja se sentindo meio fraca. Mas não se preocupe, você vai sobreviver.

– O que?!

Kath estava apavorada, não conseguia processar tanta informação de uma vez só. Ela queria ao máximo sair dali. Em seguida, o vampiro deitou-se em cima dela.

– Você é minha, Katherine, para sempre. – Ele afirmou, sorrindo psicoticamente.

– Como você sabe o meu nome? O que está acontecendo?!

O vampiro voltou a sorrir, e em seguida mordeu o pescoço de Kath bruscamente. Ela gritou novamente. De repente, alguém os interrompeu.

– Luther, o que diabos você está fazendo, cara?! – Jimmy perguntou.

– Alimentando-me. Eu preciso me manter saudável. – Ele respondeu, tirando suas presas do pescoço de Kath.

– Só... não mate ela! Já não basta você ter matado aquela garçonete vadia e agora vocês todos terem feito um banho de sangue na casa do Reverendo, você ainda tem que trazer uma humana pra cá?!

– Diane? Foi você quem matou a Diane, seu desgraçado?! – Kath perguntou, aterrorizada.

– Acho que às vezes você se esquece que isto é um ninho de vampiros e que precisamos de sangue pra viver! – Luther respondeu a Jimmy, ignorando o comentário de Kath.

– Você pelo menos está procurando a pulseira, como eu te pedi? – Jimmy perguntou.

– Sim, Jimmy. Mas é como procurar uma agulha num palheiro, aquela pulseira deve ter uns 300 anos, pelo menos!

– De que pulseira vocês estão falando?! – Kath perguntou, interrompendo-os.

– É uma pulseira de 300 anos que pertencia a uma poderosa bruxa na época da guerra aqui em Trumansfield! – Jimmy exclamou.

– Cara, por que você está contando tudo para ela?!

– Relaxa, é só hipnotiza-la depois!

– Pra que vocês querem a pulseira? – Kath perguntou.

– Não interessa. Você conhece ela ou não?! – Luther perguntou.

– Eu não vou dizer nada até vocês me responderem por que a querem!

Luther irritou-se com a atitude de Kath, e resolveu então hipnotiza-la para acabar logo com isto.

– Você sabe de que pulseira nós estamos falando? – Ele perguntou, olhando-a diretamente.

– Sim. – Kath respondeu.

– E onde ela está?

– Com o meu primo, Dean.

– Interessante... E onde podemos encontra-lo?!

Enquanto isso, Bree estava fechando seu consultório. Acabara de atender um cliente, e estava nos fundos organizando as coisas. De repente, ouviu os sinos da frente tocarem avisando que alguém havia chegado.

– Estamos fechados! – Ela exclamou.

– Eu não vim aqui para uma consulta.

Bree ficou surpresa com a visita. Era Marnie, avó de Kath e sua mãe.

– Mãe, o que a senhora faz aqui? – Bree perguntou, sorrindo e abraçando-a.

– Eu preciso fazer uma coisa.


De repente, Marnie sacou uma faca de sua bolsa e enfiou na barriga de Bree, matando-a instantaneamente.

CONTINUA...

PRODUZIDO POR
UNBROKEN PRODUCTIONS

ESCRITO POR
RAFAEL CRUZ

UNBROKEN PRODUCTIONS SERIES

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Por: Rafael Galvão