
Já se passava do
meio dia. Vários moradores locais estavam presentes na Truman's Police
Precinct para descobrir o motivo de tanto alvoroço. O xerife já estava
exausto por ter passado a manhã inteira interrogando testemunhas, e ao mesmo
tempo assustado pela grande quantidade de assassinatos que vêm acontecendo em
Trumansfield.
Kevin, o
principal suspeito de tais assassinatos, passou a manhã inteira sendo
interrogado por Gregory Melnick e Alan Fort. Não aguentava mais passar por
aquilo. Sem paciência para continuar esperando sentada, Carrie resolveu entrar
na sala de interrogatório para tirar seu filho daquela delegacia. O xerife
Melnick a parou na porta.
– Com licença.
Xerife... Melnick, certo? – Carrie perguntou, apressada.
– Sim, srta.
Carrie, e eu presumo que você tenha vindo aqui liberar o seu filho. Mas eu temo
que isto não será possível, visto que ele é o maior suspeito destes vários
homicídios que ocorreram esta semana.
– Eu não sou expert
nestas coisas, mas acho que você não pode manter alguém em interrogatório
por tanto tempo sem provas concretas!
– Você está
ciente de que o seu filho estava deitado na mesma cama em que a vítima, certo?
As digitais dele estão por todo o corpo!
– Eu acredito
que isto se deva a outros motivos, xerife. Caso o senhor não saiba, Kevin e
Melissa estavam namorando há alguns meses.
– Pois é, ele me
contou. Mas ainda não estou pronto para libera-lo. Desculpe.
– Mas eu estou,
e segundo a lei, você não pode me impedir!
Carrie
ultrapassou o xerife, pegando seu filho. Os dois passaram pela pequena multidão
que cobria o local e saíram da delegacia. Sem poder impedir Carrie de levar
Kevin embora, Gregory resolveu deixar pra lá, por enquanto.
– Reverendo,
você é o próximo! – O xerife exclamou, acenando para Nicholas, que esperava há
horas sentado. Ele entrou na sala de interrogatório e sentou-se. – Então,
conte-nos exatamente o que aconteceu. – Gregory acrescentou.
– Reverendo era
o meu pai, senhor. Chame-me apenas de Nicholas, por favor. – Ele ressaltou. –
Eu cheguei em casa e encontrei minha família morta, simples assim. – Nicholas
acrescentou, ainda transtornado pelo que acontecera com sua família.
– Você poderia
descrever a cena para nós? – Alan perguntou.
– Eu prefiro mostrar
o video que eu trouxe. – Nicholas afirmou, estendendo a mão para entregar um
dvd para o xerife.
– Vocês têm
câmeras numa igreja? – Alan perguntou, surpreso.
– Sim, meu pai
instalou-as por precaução.
Gregory colocou
o dvd no aparelho abaixo na televisão que tinha na sala. Os três começaram a
assistir o video.
Enquanto isso, no Clark's, Sarah estava conversando com Michael, que
estava tomando seu café da manhã.
– Então, um
vampiro me hipnotizou?
– Sim, ele te
compeliu a esquecer de ontem à noite.
– Filho da mãe!
E... quando mataremos ele?
– Acho melhor
você ficar fora disso, Michael. Eu não quero que você se machuque por minha
causa.
– Por acaso você
se esqueceu quem foi que te ensinou tudo sobre vampiros?
– Não importa.
Por favor, eu estou te pedindo como amiga!
– Tudo bem.
Depois que eu terminar meu café, irei embora. Mas não se esqueça: qualquer
coisa, é só me chamar! – Michael exclamou.
– Tudo bem. Faça
uma boa viagem.
Sarah deu um
breve abraço em Michael, e em seguida foi até a cozinha falar com Dean, que
depois de alguns dias ausente no trabalho, estava finalmente voltando a cobrir
seus turnos.
– Oi, Dean. Eu
não te vejo há algum tempo. – Sarah afirmou, a fim de puxar assunto.
– Pois é.
Precisei me ausentar por causa de uns problemas pessoais, mas agora estou de
volta. Você precisa de alguma coisa?
– Sim, na
verdade. Você é meio que... um bruxo, certo? – Sarah perguntou timidamente.
– Eu acho este
termo um pouco ultrapassado, mas sim. Minha família é a especialista em
"macumbas". Por que a pergunta?
– É que eu estou
passando por uma fase meio difícil. Acho que pode ter algo de errado comigo,
mas não sei explicar o que é. Será que você poderia me ajudar com isso?
– Não entendi
muito bem o que você quis dizer. E nem sou um bruxo de verdade, aliás, sou
apenas novato. Você deveria falar com a minha tia, Bree. Ela manja de
todo esse tipo de coisa. Se tem alguém que pode te ajudar, é ela.
– Ótimo.
Qualquer coisa serve. Onde posso encontra-la?
Dean pegou um
dos papeizinhos com a anotação do pedido de um dos clientes presente no balcão
da cozinha e escreveu no lado em branco o endereço de Bree.
– Toma, este é o
endereço.
Dean entregou o
pedaço de papel à Sarah.
– Muito obrigada
mesmo, Dean. Eu fico te devendo essa!
Enquanto isso, na Truman's Police Precinct, Gregory e Alan estavam
chocados com a cena do assassinato do reverendo e sua família. O video mostrara
uma dezena de pessoas invadindo a casa e, aparentemente, sugando o sangue das
vítimas. Eles não acreditaram no que viram.
– Vocês viram
isto?! Estas pessoas que mataram a minha família não eram humanas! – Nicholas
alegou. Já tinha visto o video várias vezes em sua casa antes de trazê-lo para
a delegacia, ainda estava apavorado com o que vira.
– Nicholas, sem
dúvida isto foi chocante. Mas nem por isto significa que estas pessoas não eram
humanas. Acredite ou não, existem sim casos de canibalismo pelo mundo! –
Gregory afirmou, soltando risos.
– Canibalismo?!
Aquelas pessoas tinham presas! – Nicholas exclamou, irritado.
– Vai ver era só
reflexo da câmera, não tinha como ver direito. Acho melhor você se acalmar e ir
pra casa, Nicholas. Faremos tudo ao nosso alcance para pegar estes
"canibais". – Gregory afirmou.
Nicholas ia
continuar discutindo, mas percebeu que estava fora de controle e que ninguém
iria acreditar em sua palavra. Então, resolveu sair dali, zangado.
Algumas horas
depois, Sarah chegou na
casa de Bree, a tia de Dean. Ficou surpresa ao chegar ali. Percebeu que era na
verdade um consultório espiritual. A porta estava aberta, então ela resolveu
entrar. Ao chegar ali, avistou vários livros espirituais numa estante, assim
como velas e incensos à venda. Bree chegou à recepção para atende-la.
– Posso
ajuda-la? – Ela perguntou.
– Eu espero que
sim. Meu nome é...
– Sarah, certo?
Você é amiga do Dean e veio me procurar por que experienciou algo fora do comum
ontem à noite.
– Isto mesmo,
como adivinhou?! – Sarah perguntou, surpresa.
– Eu sou uma wicca,
querida. E uma muito experiente. – Bree respondeu, sorrindo. Em seguida,
apertou a mão de Sarah e apresentou-se. – Muito prazer, meu nome é Bree. Entre!
– Obrigada.
Sarah entrou.
Avistou uma mesa no centro da sala, era o lugar em que Bree fazia suas
consultas espirituais. Ela sentou-se. Bree sentou-se em seguida.
– Então, você
acha que tem algo de errado com você?
– Sim, eu acho.
– O que, por
exemplo?
– Bom, ontem eu
estava em casa conversando com o meu... um amigo meu.
– Um vampiro?
– Você sabe
sobre vampiros?! – Sarah perguntou, surpresa.
– Eu sei mais do
que você imagina, querida. E não se preocupe, tudo o que conversarmos, ficará aqui. 
– Bree ressaltou.
– Obrigada. Bom,
ele meio que... se aproximou de mim, e eu acho que posso ter arremessado ele
para o outro lado da sala com... a minha mente. – Sarah afirmou, timidamente.
Bree não conteve os risos.
– Querida, eu
tenho certeza de que você não fez isso a não ser que seja bruxa como eu. – Bree
afirmou. – Pegue minhas mãos e feche os olhos, por favor. – Ela acrescentou.
Sarah pegou nas
mãos de Bree e as duas fecharam os olhos. Bree começou a se concentrar, era
como se estivesse em algum tipo de transe. Alguns segundos se passaram. De
repente, Bree pulou da cadeira como se tivesse sido empurrada por alguém. Sarah
assustou-se com a reação dela, que parecia apavorada no momento.
– Oh, meu Deus!
Você está bem?! – Sarah perguntou, assustada.
– Sim, sim,
estou. Eu preciso que você vá embora, por favor!
– Foi... foi
algo que eu fiz?
– Não, eu só
estou meio cansada. A consulta foi grátis, não precisa me pagar nada.
– Tudo bem, eu
acho. Tem certeza de que a senhora está bem?
– Tenho! Agora
vá, por favor!
Sarah saiu do
consultório, assustada e ao mesmo tempo desconfiada.
Algumas horas
mais tarde, já à noite, Kath
acordou amarrada numa cama em um quarto muito escuro. O cheiro ali era péssimo.
Ela estava apavorada, tentou desamarrar-se, mas as cordas estavam muito
apertadas. Ouvia nada mais que música barulhenta e pessoas, aparentemente,
conversando em outro cômodo. De repente, alguém entrou no quarto. Era o vampiro
que anteriormente sugara o sangue de Kath. Ela começou a ficar ainda mais
assustada.
– O que você
quer de mim, seu filho da mãe?! – Ela perguntou, zangada.
– Você é bem
corajosa para gritar com um vampiro. Eu gosto de você. – Ele respondeu.
– Vampiro?! Do
que diabos você está falando?!
– Ah, a propósito,
eu tomei um pouco do seu sangue. Por isso, talvez você esteja se sentindo meio
fraca. Mas não se preocupe, você vai sobreviver.
– O que?!
Kath estava
apavorada, não conseguia processar tanta informação de uma vez só. Ela queria
ao máximo sair dali. Em seguida, o vampiro deitou-se em cima dela.
– Você é minha,
Katherine, para sempre. – Ele afirmou, sorrindo psicoticamente.
– Como você sabe
o meu nome? O que está acontecendo?!
O vampiro voltou
a sorrir, e em seguida mordeu o pescoço de Kath bruscamente. Ela gritou
novamente. De repente, alguém os interrompeu.
– Luther, o que
diabos você está fazendo, cara?! – Jimmy perguntou.
–
Alimentando-me. Eu preciso me manter saudável. – Ele respondeu, tirando suas
presas do pescoço de Kath.
– Só... não mate
ela! Já não basta você ter matado aquela garçonete vadia e agora vocês todos
terem feito um banho de sangue na casa do Reverendo, você ainda tem que trazer
uma humana pra cá?!
– Diane? Foi
você quem matou a Diane, seu desgraçado?! – Kath perguntou, aterrorizada.
– Acho que às
vezes você se esquece que isto é um ninho de vampiros e que precisamos de
sangue pra viver! – Luther respondeu a Jimmy, ignorando o comentário de Kath.
– Você pelo
menos está procurando a pulseira, como eu te pedi? – Jimmy perguntou.
– Sim, Jimmy.
Mas é como procurar uma agulha num palheiro, aquela pulseira deve ter uns 300
anos, pelo menos!
– De que
pulseira vocês estão falando?! – Kath perguntou, interrompendo-os.
– É uma pulseira
de 300 anos que pertencia a uma poderosa bruxa na época da guerra aqui em Trumansfield! – Jimmy exclamou.
– Cara, por que
você está contando tudo para ela?!
– Relaxa, é só
hipnotiza-la depois!
– Pra que vocês
querem a pulseira? – Kath perguntou.
– Não interessa.
Você conhece ela ou não?! – Luther perguntou.
– Eu não vou
dizer nada até vocês me responderem por que a querem!
Luther
irritou-se com a atitude de Kath, e resolveu então hipnotiza-la para acabar
logo com isto.
– Você sabe de
que pulseira nós estamos falando? – Ele perguntou, olhando-a diretamente.
– Sim. – Kath
respondeu.
– E onde ela
está?
– Com o meu
primo, Dean.
–
Interessante... E onde podemos encontra-lo?!
Enquanto isso, Bree estava fechando seu consultório. Acabara de
atender um cliente, e estava nos fundos organizando as coisas. De repente, ouviu
os sinos da frente tocarem avisando que alguém havia chegado.
– Estamos
fechados! – Ela exclamou.
– Eu não vim
aqui para uma consulta.
Bree ficou
surpresa com a visita. Era Marnie, avó de Kath e sua mãe.
– Mãe, o que a
senhora faz aqui? – Bree perguntou, sorrindo e abraçando-a.
– Eu preciso
fazer uma coisa.
De repente,
Marnie sacou uma faca de sua bolsa e enfiou na barriga de Bree, matando-a
instantaneamente.
CONTINUA...
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ESCRITO POR
RAFAEL CRUZ
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