IrRita - S01E07 - Agents of C. E. C. A [SEASON FINALE]




C.E.C.A. – Sala de Josh – Manhã.
[Josh está em pé frente à mesa, segurando um arquivo na mão direita e segurando o telefone ao ouvido com a mão esquerda.]
Josh: Sim, eu recebi e analisei.
- Então, a CIA está totalmente ocupada com o caso do governo, mais de trinta agentes no mundo todo em prol do projeto.
Josh: Me poupe, Edmundo. Sabe quantas vezes conseguimos uma folga?
Edmundo: Josh, eu sei que sua equipe inteira ganhou folga, mas o que custa uma última missão? Se saíram bem nas últimas.
Josh: Disse certo, “últimas”. Nós paramos por aqui, Ed. Mas voltamos em breve, mais maduros, acredite. [Ele coloca o telefone no gancho, desligando-o. Olha no arquivo, escrito “Caso Nora”.] A lo hecho, pecho. [Abre a gaveta, sorridente, coloca o arquivo e fecha]


20 Anos Depois...

School Mrs. Hardson – Sala de Aula – Manhã.
[Lerry e Opp – alunos – cochicham entre si]
Opp: Quem é mesmo a sua mãe?
Lerry: Violla Water, Opp, eu já disse.
Opp: Ouvi boatos de que ela era agente de uma organização secreta.
Lerry: Cara, isso foi há muito tempo atrás, tipo, tá ligado, bicha. Eu nem era nascido, tava divando no ventre da minha mãe.
Opp: Hum... [Pensativo] Okay. Ei, estão dizendo na escola que um aluno assumiu ser homossexual.
Lerry: Já estou sabendo, flor.
Opp: E aí, você sabe quem é?
Lerry: Cara, só te conto se você me der um beijo
Opp: [Disfarçando] Mereço mesmo, viu.

Cemitério New Fall – Enterro – Manhã.
[Há um caixão no centro e pessoas velando ao redor, inclusive Drew – filho de Nicki]
- Quem é o morto? [Diz alguém que, se aproximando, pergunta à Drew]
Drew: [Bêbado] É esse aí que tá deitado.
- [Debochando] Ih, mas é bobo mesmo, viu?! Você é jovem bebeu demais. Não devia fazer isso. Lembre-se de que todos os anos centenas de brasileiros morrem devido ao álcool.
Drew: [Soluçando] Isso é problema de vocês, hic! Eu sou português. [Chorando] Não preciso disso, viu? O meu pai já foi alguém na vida, a-g-e-n-t-e, com J de goiaba.

Apartamento de Nina – Manhã.
[Nina – filha de Amber – entra, eufórica, jogando o jaleco em cima da estante e sentando no sofá]
Nina: [Chamando] Manhê! A senhora está aí? [Silêncio] Droga... [Uma vozinha que existe dentro de sua consciência conversa]
— Doutora Nina! Fazer sexo com pacientes não é correto nem ético.
[Outra vozinha interna, do outro lado, tenta amenizar.]
— Não se preocupe com isso, Doutora Nina, você não é a primeira a transar com um paciente e, certamente não será o último.
[No que a primeira voz retruca irritada]
[Gritando] — Caralho, Nina. Se manca... Você é veterinária!
Nina [Gritando/Chorando]: Eu odeio vocês, vozes do capeta!
[Peter entra correndo]
Peter: [Assustado] Que gritaria é essa, Nina?
Nina: Droga, pai, por que não disse que estava aí!? Cadê a mamãe?
Peter: Foi receber seguro desemprego.
Nina: Um dia eu quero ser agente, tem vinte anos que deixaram esse joça e ainda recebem salário.
Peter: [Sentando] Recebemos pelo tempo que trabalhamos, enquanto estávamos lá nem víamos cheiro de dinheiro.
Nina: [Desconfiando] Uhum, tá...
Peter: Tá fazendo o que com esse termômetro retal pendurado no ouvido?
Nina: [Assustada] Droga! Algum cachorro saiu com uma caneta minha enfiada no ânus!

Casa de Rita – Manhã.
[Anita, filha de Rita, está deitada no sofá, ouvindo música com o fone nos ouvidos. Rita – já adulta – desce as escadas.]
Rita: Anita, Seu Epaminondas tá no telefone fixo.
Anita: Achei que estivesse no mercado.
Rita: Engraçadinha... Ele quer falar com você sobre o emprego.
Anita: Mãe, eu já disse que não vou trabalhar com esse negócio de entregar jornal.
Rita: Mas filha, você começa entregando jornal e daqui uns dias é âncora do jornal do canal 7.
Anita: [Debochando] Nossa, que criatividade! Tudo haver, né? [Tira os fones do ouvido] Mãe, eu já te disse o que quero ser.
Rita: Ah não, não me venha com essa história de cantora de rap estilo negão africano, pelo amor de Deus, Anita.
Anita: Não é rap negão, mãe. Eu tenho uma banda, com uma galera aí. Tem até um nome, se quer saber. Se chama “Anita e os Vagalumes do Dente de Ouro”.
Rita: [Debochando] Nossa! Que original, querida.
Anita: É sério, mãe. Ouve nossa demo.
[Ela põe um arquivo de áudio para tocar no celular, retirando o fone de ouvido do aparelho]
- “O meu nome é Rita, então vê se não me imita, quando eu te vejo, você grita, para com isso, filhote de cabrita. [Batida de rap]
[Rita aperta o “pause”]
Rita: Okay, já deu. Nem vou comentar de novo que Seu Epaminondas ainda está na linha.
Anita: [Bufando] Droga, mãe... [Diz subindo a escada]

Pizzaria – Noite – Lado Externo.
[Rita, Peter, Amber, Violla, Josh e Nicki estão sentados do lado de fora, esperando por pizza]
Violla: Ah, qual é, gente, deixem de drama. Vinte anos atrás éramos nós os queridinhos da C.E.C.A., os tchutchuquinhos da parada, tivemos uma adolescência que ninguém nunca teve.
Peter: Concordo, quantos pais não tem o desejo de ter filhos aventurados assim?
Nicki: A pizza vai demorar?
Amber: Mas mandar nossos filhos? Ah, não sei...
Violla: Eles têm potencial, personalidade forte, são diferentes dos demais, assim como fomos o dia, se não por que diabos a C.E.C.A. os escolheriam?
Rita: Também tenho receio. Poxa, pessoal, olhem para trás, vinte anos atrás, as drogas que passamos, as merdas que nos metemos, quase morrendo, recebendo críticas negativas...
Josh: [Cortando] Superando obstáculos, vencendo desafios, sendo os maiorais, conquistando público, vencendo os que se dizem melhores. Por que não deixar os filhos de vocês começarem uma nova história?
Nicki: Gente, não é por nada, mas eu quero pizza.
Amber: Pra você é fácil dizer, Josh, nunca saiu de dentro da C.E.C.A., ao contrário de nós.
Josh: Não só por isso. [Pausa] Pensem assim, vocês podem ser os melhores possíveis, os filhos de vocês podem dar o melhor deles, sempre vai haver gente querendo colocar pra baixo, haverá lutas, haverá guerra, haverá novos mistérios, haverá casos não solucionados.
Violla: E haverá uma nova família.
Peter: E haverá união.
Amber: E haverá amor.
Nicki: E humor.
Rita: Por que é isso que fomos e que eles serão, uma equipe.
[Eles se entreolham]
Josh: E é por isso que Lerry, Drew, Nina e Anita foram escolhidos, não por serem filhos de vocês, mas por terem as características boas o suficiente para conseguir o que conseguiram: trazer felicidade. E, então, o que e dizem?
Amber/Peter: Aceitamos.
Violla: Lógico que o Lerry está dentro. Super dentro.
Nicki: Drew também está.
[Todos olham para a Rita]
Josh: Rita?!
Rita: [Pensativa] Ah, não sei...
Josh: Deixe de egoísmo. É hora de passar a sua história pra outro.
Rita: [Suspira] Tudo bem. Anita está dentro.
[Todos comemoram, aplaudindo e se abraçando]
Josh: [Sorrindo] Eu sabia que concordariam, a essa altura os filhos de vocês já foram “sequestrados”, entre aspas, por mascarados da C.E.C.A.
Rita: [Surpresa] Josh?! Eu nem me despedi!
Amber: E a Nina, coitada?!
Peter: Diga que isso é mentira.
Josh: “Às vezes, a única coisa que nos resta é abraçar o outro, e então... Dizer adeus.” É de Gossip Girls, queridos.
Rita: [Gritando] Filho duma mãe!
[Close no rosto dos ex-agentes]

Localização Desconhecida
C.E.C.A. – Quarto escuro.
[Em um quarto escuro, Anita, Drew, Lerry, Nina e um quinto integrante desconhecido estão desacordados. A luz forte se acende sozinha, os acordando.]
Anita: [Irritada] Mas que merda é essa?
[Lerry grita ao ver os outros]
Lerry: O que são vocês? Alienígenas?
Drew: Cala a boca, bicha.
Nina: Onde estamos?
Lerry: Ora, onde estamos, tá cega agora, florzinha? Estamos num ambiente quadrado, sem porta, nem janela.
Drew: Presos.
Anita: Escuta aqui, eu arregaço a cara de quem tá fazendo essa brincadeira idiota.
Lerry: Eu tô chocada, juro, tenho nada haver com isso.
Nina: E quem teria?
[Uma voz ecoa]
- Boa noite, jovens. Bem vindos a C.E.C.A. Espero que sejamos amigos daqui pra frente, por bem, ou por mal. [Pausa] Posso chama-los de agentes?
[Close na feição de preocupação de cada um]


Na próxima Terça não perca um programa especial de despedida de IrRita.



PRODUZIDO POR
UNBROKEN PRODUCTIONS

ESCRITO POR
SADRACK OLIVER

UNBROKEN PRODUCTIONS ORIGINAL SERIES

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Por: Rafael Galvão