
Kevin acordou.
Estava confuso, sua visão ainda estava um pouco embaçada. Ele percebeu que
estava deitado e tapado, e dada a sensação do couro em sua pele, Kevin deduziu
que estava num sofá. Ficou ainda mais confuso ao ouvir nada mais que o som de
um tipo muito ruim de musica hippie tocando, queria parar aquele som
imediatamente. De repente, Kevin viu alguém chegando à sua frente, era uma
mulher. Ela era incrivelmente bonita. Estava usando uma bandana vermelha na
cabeça, assim como várias pulseiras e aneis. Tinha tatuagens também, Kevin
encantou-se com tamanha beleza.
– Ah, que bom!
Você acordou.
– Onde... onde
eu estou? – Kevin perguntou, confuso.
– Você está na
minha casa, você sofreu um acidente com sua caminhonete aqui perto e ao ouvir o
barulho, eu fui lá checar e te encontrei.
– Obrigado, acho
que eu acabei bebendo demais.
– Eu percebi. –
Ela respondeu, sorrindo. – Qual o seu nome?
– Kevin.
– Prazer, Kevin.
Meu nome é Amber.
Enquanto isso, Carrie estava juntando as sujeiras deixadas pelas
pessoas que vieram prestar suas condolências na antiga casa de Darlene, mais
cedo. Melissa estava ajudando-a.
– Eu agradeço
por você me ajudar, Melissa. Sei que a última coisa que você queria era ficar limpando a bagunça dessas pessoas comigo. – Carrie ressaltou.
– Eu fico feliz
em ajudar. Não é todos os dias que conhecemos uma sogra tão gentil e bonita.
– Desculpe, você
é namorada do Kevin?
– Bom, estamos
passando por uma fase difícil no momento, mas sim, eu sou. Por que ele odeia
tanto você?
– Ele disse que
me odeia?
– Não é como se
conversássemos sobre estas coisas, mas eu ouvi ele gritando com você assim que
chegou.
– É, complicado.
Eu nem deveria dizer essas coisas, mas não planejei ter o Kevin tão cedo. Eu
era jovem, não pensava direito, e resolvi passar uma noite com um motoqueiro de
bar. Depois que as coisas aconteceram, ele me deixou e algumas semanas depois
eu descobri a gravidez. Eu... entrei em pânico. Logo depois que eu tive o
Kevin, eu fugi e minha mãe ficou com ele. – Carrie respondeu, tentando não se
emocionar. Este era um assunto muito delicado pra ela.
– Nossa, eu
sinto muito. Eu tenho certeza que vocês vão se acertar, o Kevin não tem mais
nenhum familiar na cidade, pode ser que ele resolva te perdoar. Quem sabe?
– Obrigada,
querida. Você é um amor. – Carrie respondeu, abraçando Melissa em seguida.
Na casa de
Amber, a mesma estava
pegando uma cerveja para Kevin.
– Que cheiro é
este? – Kevin perguntou, ainda no sofá.
– São apenas as
minhas ervas. – Amber respondeu, extendendo a mão para dar a garrafa de cerveja
a Kevin.
– Então você
fuma maconha?
– Depende, você
vai me julgar?
– Na verdade, eu
ia perguntar se você tem um pouco pra mim.
Os dois riram.
– Talvez outro
dia, no momento você precisa de repouso.
Kevin saiu de
baixo das cobertas para beber a cerveja, e assustou-se ao ver que conseguia
mover suas duas pernas – sendo que uma delas estara quebrada há algumas horas –
normalmente.
– Ah, eu espero
que não se importe. Eu te dei algo para a sua perna melhorar. – Amber
ressaltou, ao ver a reação de Kevin.
– O que é que
cura uma perna quebrada em... – Ele viu o tempo que se passara desde que apagou
na estrada. – ...três horas?! – Kevin acrescentou.
– Todos têm seus
segredos.
– De qualquer
jeito, muito obrigado mesmo por cuidar dos meus ferimentos!
– Nada que outra
pessoa não faria. – Amber respondeu, sorrindo.
– Olha, Amber.
Eu agradeço pela hospitalidade, mas eu tenho que ir agora. Meus amigos devem
estar preocupados. Posso passar aqui uma hora dessas para te agradecer?
– Claro, eu
adoraria! Venha, eu te mostro a saída.
Na manhã
seguinte, a maioria da
cidade se reunira na Southman's Catholic Church, a igreja católica mais
famosa de Trumansfield, e lugar onde vários moradores reuniam-se aos domingos
para ouvir a pregação de Steven Southman, o atual reverendo que comandava a
igreja.
Steven era um
homem de meia idade, e apesar de ser simpático com a maioria das pessoas, ele
era conhecido por sua rigidez com seu filho, Nicholas, por ainda não ter se
casado. Muitos suspeitavam que Nicholas era homossexual, não apenas por ainda
estar solteiro aos 32 anos, mas pelo seu "jeito" aparentemente
afeminado. Era também – de acordo com o que muitos moradores de Trumansfield pensavam
– o motivo de Steven não gostar tanto do filho. Além de Nicholas, o reverendo
tinha uma esposa de 26 anos chamada Grace – que era madrasta de Nicholas –, e
um filho de 7 anos chamado Tim, com a mesma.
Como de costume,
nem todos gostavam de ir à Igreja, mas a maioria se esforçava para comparecer
ao menos aos domingos, e neste especialmente, devido os trágicos assassinatos
que ocorreram durante a semana na cidade. O reverendo prestou suas homenagens
às falecidas, Diane Morrison e Darlene Flynn, durante toda a reunião na igreja.
Logo depois, já à tarde, o Clark's estava aberto. Sarah ficou
chateada por não ter visto John noite passada, o restaurante não abriu devido a
morte de Darlene. Ela sonhara com John na noite anterior enquanto dormia,
percebeu então que mesmo tentando evita-lo, não conseguia manter-se longe dele.
Enquanto isso,
Kevin, que já voltara ao trabalho agora que sua perna estava aparentemente
curada, estava atendendo uma das mesas. Melissa foi conversar com ele.
– Kevin, eu
preciso falar com você.
– Não tenho
tempo pra isso agora, Melissa. Estou atendendo esta mesa.
– É muito
importante!
Os dois foram
até o escritório de Dennis para conversar, este não estava lá.
– O que você
quer? – Kevin perguntou, impaciente.
– Por que você
não conversa com a sua mãe? Ela me disse que você chegou em casa ontem e nem
falou com ela!
– Espera aí,
desde quando você virou melhor amiga da minha mãe? Por que você está falando
com ela pelas minhas costas?!
– Não é pelas
suas costas! Nós conversamos ontem depois que todos foram embora e nos
entendemos, eu pensei que você ficaria feliz com a sua mãe e namorada se dando
bem.
– Namorada?!
Você não entendeu o que eu disse anteontem? Nós terminamos! Agora me dá licença
que eu preciso voltar ao trabalho.
Melissa segurou
o braço de Kevin.
– Olha, tem algo
que você precisa saber. Sua mãe me contou que está pensando em arranjar um
emprego aqui no Clark's. – Melissa acrescentou, esperando uma reação de Kevin,
que ficou extremamente irritado com a notícia.
– Eu preciso
falar com o Dennis agora mesmo!
– Espera, Kevin!
– Você não
entende?! Minha avó, a pessoa que cuidou de mim a vida toda acabou de morrer.
Eu tenho uma mãe que eu conhecia apenas por fotos e memórias de quando era
criança e que agora decidiu voltar para a minha vida por algum motivo
desconhecido. Eu passei por maus bocados ultimamente, minha vida está uma
bagunça, e ainda por cima você acha que me entende!
– Eu não
entendo, eu sei que nunca tive tantas dificuldades. Mas eu gosto de você,
Kevin, eu realmente gosto. Não sou o tipo de garota que se envolve, casa e tem
filhos, mas eu não consigo ficar longe de você. Eu quero que você me dê uma
nova chance!
– Eu estou com
muita coisa na cabeça ultimamente, Melissa. Mas voltar com você não é uma
delas, desculpe.
Kevin saiu do
escritório.
Algumas horas
depois, lá pela
00h30min, Kevin já tinha terminado seu turno no Clark's, e resolveu então ir
até a casa de Amber. Como seu carro ficou danificado com o acidente e a
seguradora ainda não tinha mandado um provisório, ele precisou ir de táxi até
lá.
Chegando lá, ele
bateu na porta, porém, ninguém o atendeu. Apesar da casa de Amber ficar em meio
a muitas árvores em frente a uma estrada extremamente deserta, Kevin estranhou
o quão calmo tudo estava ali. Ele resolveu então abrir a porta, e
surpreendeu-se ao perceber que estava destrancada.
– Amber?! – Ele
a chamou.
Visto que
ninguém o respondeu, Kevin resolveu entrar mesmo assim. Ele olhava para os
lados, mas não via ninguém. O único sinal de vida naquela casa eram as músicas
hippies que continuavam a tocar no rádio e o cheiro das ervas que Amber
mencionara.
Ao perambular
pela casa e não encontrar absolutamente ninguém ali, Kevin percebeu que havia
na sala de estar uma porta no chão, que provavelmente levaria ao porão. Ele resolveu
abrir a porta e logo depois, desceu as escadas. A luz estava acesa. De repente,
Kevin avistou o braço de uma pessoa deitada no chão atrás de uma instante cheia
de livros no centro do porão, sangue escorria em volta deste braço. Kevin ficou
aterrorizado.
– Amber? – Ele
perguntou, assustado.
Enquanto isso, Sarah estava em sua casa. De repente, alguém bateu na
porta. Ela se surpreendeu ao ver que era John.
– Oi, Sarah.
– Oi, o que você
está fazendo aqui? – Ela perguntou, surpresa.
– Bom, eu não
passei no Clark's ontem pois não pensei que você quisesse me ver, parecia
zangada da última vez que eu te vi.
– O Clark's não
abriu ontem mesmo, e sim, eu estava zangada. Eu fiquei um pouco chateada depois
do nosso encontro, mas só hoje eu percebi: assim como em todos os
relacionamentos, nós temos os nossos problemas. Mas não tem como saber se
daremos certo se nós nem ao menos tentarmos seguir em frente com a nossa
relação. Então, eu só queria te dizer que, mesmo com todos os desintendimentos,
eu quero fazer isso dar certo! – Sarah apontou.
Em seguida, ela
rapidamente o beijou e o envolveu em seus braços. Com leve relutância, John
retribuiu o beijo.
– Entre! – Sarah
exclamou.
John entrou, e
depois de fechar a porta com o pé, ele rapidamente começou a tirar as roupas de
Sarah.
Alguns minutos
depois, os dois já estavam sem roupa, deitados no chão e envoltos de cobertas
em frente à lareira na sala de estar de Sarah, John estava por cima dela. Ele a
penetrava com força, há muito tempo não ficava tão íntimo com uma mulher. Sarah
nunca havia ficado com homem algum, então aquele era um momento muito especial
para ela. A dor de fazer sexo pela primeira vez era retribuída pela intimidade
daquele momento, Sarah estava em êxtase.
– Beije-me. –
Sarah disse, com os olhos fechados devido a intensidade do momento.
John ia
abaixar-se para beija-la, até que de repente, suas presas ficaram expostas e
ele ficou nervoso, tentando escondê-las novamente.
– O que foi? –
Sarah perguntou, frustrada e surpresa por John ter parado.
Ele olhou de volta
para ela, com a boca fechada a fim de esconder as presas dela. Ao ver o pescoço
de Sarah, John ficou relutante em aproximar-se dela, estava com medo de não
controlar seus instintos e acabar mordendo-a.
John, sem
querer, acabou abrindo a boca e Sarah viu suas presas. Ela ficou aterrorizada.
– O que é isso
na sua boca? – Sarah perguntou, sem reação.
John ficou sem
fala ao ver a reação de Sarah, não sabia o que fazer. Ela estava prestes a
gritar, até que, em um rápido instante, John perdeu o controle e mordeu-a,
tapando a boca de Sarah com a mão e sugando seu sangue
CONTINUA DIA 22 DE JUNHO...
PRODUZIDO POR
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ESCRITO POR
RAFAEL CRUZ
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