The Phoenix - S02E10 - Pecados [SERIES FINALE]

Cena 1

Laura diante de Alberto. A caixa de madeira estava sobre à mesa do delegado e as evidências, fotos e gravações espalhadas.
ALBERTO — Sua acusação é muito séria, Laura.



LAURA — Pois é, delegado. Já conheço o senhor e sei como você é justo. Eu não podia denunciar a Vanessa Guimarães sem provas. Se são provas que o senhor quer, aí estão dezenas delas.
ALBERTO — Sim. Já analisei todas. Mandei pra averiguação…  De fato, são verdadeiras.
LAURA — Ótimo. Só o que falta é nós irmos em direção à mansão Guimarães. A Vanessa pode fugir a qualquer momento!
ALBERTO — Já chamei a viatura. Nós vamos até à casa da Vanessa. Se ela não estiver lá, não se preocupe, pois nós vamos localizá-la.
Laura reage apreensiva.

Cena 2

Fábio abre as gavetas do armário que havia no quarto. Ele encontra um isqueiro. Bruno chega já dando socos nele.
BRUNO — Não pensa que você vai fugir! Só vou sair daqui quando você for preso!
Fábio o empurra.
FÁBIO (com o isqueiro nas mãos) — Se depender de mim, você só vai sair daqui… em forma de carvão.
Fábio ascende o isqueiro e joga sobre um colchão que havia no chão. Rapidamente o fogo se alastra. Fábio parte pra cima de Bruno
FÁBIO — Mas eu não vou sair daqui enquanto eu não ver você gritando com o corpo em chamas!
Ele tenta empurrar Bruno pro fogo.
BRUNO (grita) — Não!
Os dois intensificam a batalha no braço disputado a força para que nem um nem outro caia no fogueiro. Bruno acerta a cabeça de Fábio na parede. Ele desmaia. Bruno sai do local rastejando, pois um ferimento na perna o impede de correr. Enquanto isso, o fogo trata de consumir as paredes do quarto.
BRUNO (grita) — Socorro!

Cena 3

Vanessa já de óculos escuros desce as escadas. A campainha toca.
VANESSA — Visitas? Não creio. É um momento muito inoportuno pra visitas.
O segurança, que já havia visto viaturas vindo em direção, desce as escadas e foge pelo fundo da mansão. Vanessa abre a porta e dá de cara com Alberto e alguns policiais.
VANESSA (surpresa) — Em que posso ajudar?
ALBERTO — Senhora Vanessa Guimarães?
VANESSA — Claro.
ALBERTO (mostrando o distintivo) — Somos da polícia. Viemos conversar com a senhora e investigar sua mansão.
VANESSA — Posso saber por quê? Não há nada aqui em minha mansão pra ser investigado. Aliás, se eu não quiser, não dou permissão para que entrem na minha casa.
ALBERTO — Temos uma denúncia contra a senhora.
VANESSA — Denuncia? Quem me denunciou?
Vitoriosa, Laura sai da viatura já falando.
LAURA — Eu te denunciei, desgraçada. Acabou! Seu cerco se fechou. Agora é com você e a polícia.
As duas se enfrentam com olhares.
LAURA — O que foi? Está surpresa? Pensava que eu não ia sair a tempo daquele esconderijo? Ou está surpresa com minha velocidade?
VANESSA — Nada me surpreende, Laura. Tudo me parece estranho. Afinal, qual denúncia você tem contra mim?
ALBERTO (toma a frente) — Desvio de dinheiro da empresa do seu falecido marido. Você mandou matar uma repórter da extinta emissora Novo Mundo e, ao que parece, também matou Otávio Diniz.
VANESSA — Eu não matei ninguém. Você acha…
LAURA(corta) — Quem não deve não teme, Vanessa. Pára de bancar a desentendida e deixa o delegado entrar na mansão!
Vanessa respira fundo.
VANESSA — Tudo bem. Entrem. Afinal, como você disse, Laura, quem não deve não teme.
LAURA (rebate) — E quem deve sabe que está devendo.
Os policiais, o delegado e Laura entram no local.
ALBERTO — Investiguem por toda a casa! Cada canto! Cada lado!
Com a ordem, os polícias investigam a mansão.
ALBERTO — Sobre a morte de Otávio Diniz…  O que você nos diz?
VANESSA — Que estão loucos e que eu não seria capaz de matar ninguém.
Uma voz vinda da escadaria já pode ser ouvida
OTÁVIO — Você é um monstro, Vanessa. Vai pagar por tudo que cometeu. Mas já lhe aviso: por minha morte, você não vai ser condenada, pois eu estou mais vivo do que nunca!
Vanessa reage assustada e surpresa ao ver Otávio na escadaria com o braço sangrando.
LAURA — Otávio!
Laura corre até Otávio e o abraça.
LAURA — Querido, você está vivo! Como? Pensei que ela havia te matado. Vi fotos suas supostamente morto.
OTÁVIO — Pensaram que haviam me matado, mas eu estou vivíssimo.
Vanessa tenta disfarçar a raiva e o ódio.
ALBERTO — Você está baleado?
OTÁVIO — Sim.
ALBERTO — Rápido! Chamem uma ambulância!
Um dos policiais liga pra uma ambulância.
LAURA — Ainda bem que você está vivo. Obrigado por tudo.
OTÁVIO (brinca) — Pensou que ia se livrar de mim?!
Ela ri. Ele tenta, mas a dor o impede.
ALBERTO — Calma, o senhor já vai pro hospital.
OTÁVIO — Posso ir pro hospital, levar alguns pontos… Mas essa aí tem que ir pra cadeia!
LAURA — Eu entreguei a copia da caixa de evidências à polícia, Otávio.
OTÁVIO — Tudo bem, mas… se as evidências não foram o bastante, isso aqui será o máximo.
Ele abre os botões da camisa e descola uma mini câmera.
OTÁVIO (para Vanessa) — Seu maior erro foi ter revelado seus podres, querida. Tudo está gravado aqui.
Alberto pega a câmera. Vanessa não suporta, explode e parte pra cima de Laura.
VANESSA (aos berros) — Desgraçada!
Vanessa dá uns tapas em Laura, joga ela no chão e tira um caco de vidro ENORME,  que era da garrafa de vinho, debaixo do tapete. Laura se levanta. Os policiais tentam conter Vanessa, porém ela é mais rápida e pega Laura pelos cabelos colocando o caco de vidro no pescoço de Laura e segurando seus braços por trás. Laura fica imóvel.
LAURA — Pára, Vanessa!
VANESSA — Calada!
Vanessa arranha o rosto de Laura.
VANESSA — Um movimento seu, eu cravo esse caco no seu pescoço e você morre aqui mesmo!
ALBERTO — Larga ela. Vai ser o melhor pra você.
OTÁVIO — Solta ela, sua bruaca!
LAURA — Não percebeu, Vanessa? Você mesma tratou de incendiar a casa. A casa caiu pra você. Não adianta tentar reunir os pedaços e construir uma nova porque o fogo já consumiu tudo.
VANESSA (fala no ouvido de Laura) — Cala a boca porque o que eu menos preciso agora é de suas frases de efeito. Escuta bem o que eu estou te dizendo, Laura: você nunca vai ser feliz.
Um policial chega por trás, empurra Vanessa que cai com Laura sobre o tapete. O policial trata de tirar o caco das mãos de  Vani. Laura vai por cima de Vanessa, lhe dá um tapa e a imobiliza. Ela pega as algemas do bolso do policial caído e prende as mãos de Vanessa.
LAURA (olhando nos olhos de Vanessa) — Saiba que esse está sendo o melhor momento da minha vida. Tenho o prazer em te algemar.

Cena 4

Vanessa sai algemada da mansão. Mais atrás, vem Otávio sendo trazido por uma maca. Por fim, Laura e Alberto. Ela já está com um curativo no rosto.
ALBERTO — Ela vai ser presa e vai pagar por todo os crimes.
LAURA — E o Bruno?
ALBERTO — Os policiais já devem ter tirado ele daquele esconderijo. O Fábio já deve ter sido apreendido.
LAURA — Eu preciso ir até ele!
Laura sai correndo.
ALBERTO — Laura, espera! Calma!
Ela entra em seu carro e parte. Dois policiais chegam trazendo o segurança de Vanessa algemado.
POLICIAL — Veja delegado. Esse aqui estava tentando fugir pelos fundos do condomínio. Ele é um dos seguranças da dona Vanessa.
ALBERTO — Perfeito! Você também, rapaz, está preso.
O segurança olha pra Vanessa.
VANESSA (com ódio) — Imprestável! Cretino! Covarde! Pensou que ia fugir e deixar tudo pra cima de mim, não é mesmo?
Vanessa vai entrando na viatura quando vê Carlos de longe, escondido atrás de árvores. Ele estava de óculos escuros, chapéu… Aparentemente disfarçado.
VANESSA (grita) — Canalha! Eu estou pagando por todos os seus crimes! Você é que deveria ir preso! Desgraçado!
Carlos desaparece.

Cena 5

Duas viaturas no local. O fogo consumia toda a casa. Bruno sai de dentro sendo trazido por dois policiais, todo machucado. Laura chega com o carro a mil por hora, sai do veículo e beija Bruno.
LAURA — Meu amor, você está vivo!
Os dois se beijam.
BRUNO — Pensei que você tinha esquecido de mim.
LAURA — Claro que não, querido. Fui resolver o que era pra ser resolvido: a prisão da Vanessa.
BRUNO — Graças a Deus que aquela desgraçada foi presa!
LAURA — E o Fábio?
BRUNO — O Fábio… O Fábio morreu nas chamas.
LAURA — Meu Deus! Que horror!
Eles se beijam várias vezes antes de Bruno ser colocado na maca da ambulância.

Cena 6

“Duas semanas depois…”

Laura, Bruno e Otávio comemoram. Eles bebem vinho. O machucado no rosto de Laura já estava cicatrizado.
OTÁVIO — Bom, parece que tudo está chegando ao fim.
LAURA — O fim da vingança. O fim do desespero, da preocupação, das mortes, dos danos…  O fim dos Guimarães.
Eles brindam.
BRUNO — É o fim pra eles. Mas pra nós, é só o começo, meu amor. Amanhã à tarde tem casamento.
Os dois se beijam.
LAURA — Nosso casamento.
OTÁVIO — Ai que emoção! Sempre me emociono com essas coisas. Parem!
Eles riem.
LAURA — Se agora você já está chorando, Otávio, imagina quando estiver na igreja! Você é o nosso padrinho!
OTÁVIO — O fato é que eu sou uma manteiga derretida.
LAURA — Você é amigo que todos gostariam de ter. Eu agradeço por sua amizade, por sua confiança e por sua colaboração.
Laura e Otávio se abraçam.
BRUNO — Um brinde ao Otávio!
Eles brindam.

Cena 7

Igreja lotada. O padre já falava suas últimas palavras. Bruno e Laura diante dele. Otávio, emocionado, estava sentado na primeira fileira.
BRUNO — Eu vos declaro marido e mulher.
Bruno e Laura se beijam. Todos aplaudem. Ele saem da igreja. Todos seguem atrás. Uma multidão já esperava na porta. Fábio em uma moto, de capacete e disfarçado estaciona longe da igreja, porém de frente com a mesma. Ninguém o vê. Ele saca uma arma do bolso e mira para Bruno.
FÁBIO — Se eu não vou ser feliz, Laura, você também não será.
Ele atira em Bruno que cai morto e ensanguentado. Todos gritam.
LAURA (berra) — Bruno!

Cena 8

Laura acorda gritando o nome de Bruno. Era apenas um sonho. Bruno, que estava dormindo ao lado dela, acorda.
BRUNO — Que foi, Ana!?
LAURA (nervosa) — Você tem certeza que o Fábio morreu?
BRUNO —  Fábio? Já faz duas semana… Claro. Ele morreu nas chamas.
LAURA — Eu tive um sonho terrível, querido. Amor, eu não quero mais morar no Brasil. Eu quero ir embora desse lugar. Eu quero tirar os Guimarães da minha mente!
BRUNO — Claro, querida, nós vamos. Mas depois que a gente se casar amanhã.
LAURA — Não, cancela o casamento. Vamos fazer uma loucura: amanhã de manhã, nós dois viajaremos pra Nova York. O que você acha?
Ele ri.
BRUNO — Eu acho que a cada dia que passa, eu  te amo ainda mais… Pode vir qualquer loucura. Estou disposto a ser louco com você e por você.
Eles se beijam…

FIM?

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Por: Rafael Galvão