The Phoenix - S02E09 - Acertos



CENA 1
Laura, ainda amarrada na cadeira, diante de Fábio. Ele aponta uma arma para ela.

FÁBIO — Você tá tão calma, Laura. Por quanto tempo?

LAURA (dura) — Até tudo isso acabar. Demonstrar nervosismo não é comigo.

FÁBIO — Se finge de durona, firme... Mas no fundo tá se borrando, não é mesmo?

LAURA — E por quê? Sua mãe não passa de uma mulher destruída psicologicamente e fisicamente pela depressão e o sofrimento. Você é um farrapo humano, Fábio, que acha que uma arma em punho te fará forte e indestrutível. Essa é a realidade. Ainda acha que eu devo me borrar de medo por causa dessa dupla?


FÁBIO — Até à beira da morte você me surpreende.

LAURA — O mesmo digo eu. Pensei que a realidade já estava exposta. Eu vou conseguir sair dessa prisão infernal. Não há fracassado que me impeça!

FÁBIO — Forte, durona, firme... e otimista. Por que não começamos dizendo que seus planos não estão andando nos trilhos?

LAURA — Gosto de pessoas diretas. Seja mais direto.

FÁBIO — Você teve a sorte de ter a vida poupada, porém seu fiel amigo... não.

As palavras ditas por Fábio fazem com que Laura reaja assustada.

LAURA — O que vocês fizeram com ele?

FÁBIO (berra) — Ele tá morto! Morto!

Ela mantém a firmeza.

LAURA — E como eu posso acreditar? Já sei que você e sua mãe rosnam, mas não mordem, Fábio.

FÁBIO — Ah! Quer provas? Tudo bem. Se anima, porque eu vou esfregar isso aqui na sua cara...

Ele tira um iPhone do bolso já mostrando imagens de Otávio supostamente morto. Laura não suporta e explode.

LAURA (berra) — Por que vocês fizeram isso com ele?! Ele não tinha culpa de nada!

FÁBIO — Desde o início, você deveria ter avisado o Otávio. Não ia dar certo se ele te ajudasse nesse plano de vingança, porque os danos só iriam cair sobre ele. A prova mais recente disso é a morte dele.

Ela chora.

FÁBIO — Bom, parece que a pessoa que você mais depositou confiança pra sair dessa, está morta.

LAURA (tentando ser firme) — Ele pode estar morto. Vocês podem me matar, mas nenhum de vocês irá sair ileso dessa história!

FÁBIO — Isso é o que nós vamos ver. Estou te vigiando pelas câmeras de segurança na sala de segurança. Vou ali, mas já volto. Nem pensa em fazer uma vingança enquanto isso.

Fábio sai do quarto.

CENA 2
O segurança estaciona o carro. Bruno estaciona mais atrás. O primeiro sai do veículo, vai até a porta do local e digita a senha pra entrar. Com uma barra de ferro nas mãos, Bruno se aproxima sorrateiramente entre os carros até chegar ao segurança e por fim atingi-lo com um golpe na cabeça. Bruno entra no local.

CENA 3
Bruno anda pelos corredores trazendo consigo a barra de ferro. Ele vê Fábio entrar em uma sala. Quando percebe que o caminho está livre, Bruno segue até o quarto de Laura.

CENA 4
Laura chora.

LAURA (para si) — Desculpa, Otávio. Me perdoe, me perdoe...

Bruno entra já a mil por hora. Ele trata de desamarrar Laura.

LAURA — Bruno! Graças a Deus!

BRUNO — Calma, respira fundo. Eu vou te tirar daqui.

LAURA — Como você chegou até aqui?

BRUNO — Eu segui um dos seguranças da mansão.

LAURA — Bruno...

Ela olha no fundo dos olhos dele.

LAURA (continua) —... O Otávio...

BRUNO (rápido) — Ele morreu. Sei que você tá abalada, Laura, mas no momento só devemos pensar em sair desse inferno!

Dito isso, Bruno finaliza o desamarro e Laura se levanta.

LAURA — Vamos sair daqui. Não temos muito tempo.

Os dois correm.

CENA 5
Fábio assiste às gravações feitas pelas câmeras do local. Ele percebe a presença de Bruno.

FÁBIO — Desgraçado!

Fábio pega uma arma e segue à procura de Bruno. Laura e Bruno correm pelos corredores. Eles esbarram em Fábio que já saca a arma.

FÁBIO — Nem pensem em reagir. Voltem todos pro quarto!

LAURA — Não vamos te obedecer, Fábio. Pára com isso! Dê um fim nessa
história toda! Acabou!

FÁBIO — Acabou? Acabou só se for pra você, sua desgraçada. Imagina se depois de destruir minha vida, eu ia deixar você sair vitoriosa dessa com o seu...

LAURA (completa) — ... Namorado, futuro marido. Porque o Bruno é o amor da minha vida.

FÁBIO — Mentira! Ele é só mais um dos homens que você vai enganar. Pra conseguir o que quer, Laura, você brinca com os sentimentos alheios. Sei disso porque quase me casei com você.

LAURA (assume) — Mas não casou. Graças a Deus! Porque se você não tivesse morrido antes da gente se casar, eu mesma teria te matado meses depois! Nunca te suportei!

FÁBIO — Vadia!

Ele atira no ombro de Laura. Bruno parte pra cima dele fazendo com que a arma voe longe. Os dois se atracam no chão aos socos.

BRUNO — Corre, Laura! Fuja daqui!

Mesmo fraca, Laura vai embora. Bruno caído, Fábio por cima dele.

FÁBIO — O fato é que não vale a pena perder a vida por essa mulher.

Reagindo, Bruno empurra Fábio aos socos.

CENA 6
Laura vai correndo com o ombro ensanguentado. Ela encontra um guarda chuva no chão.

LAURA (para si) — Pode parecer estranho, mas isso aqui será minha arma.

CENA 7
Vanessa estava com o celular no ouvido na tentativa de se comunicar com Fábio.

VANESSA — Droga! O celular do Fábio chama, chama... Mas ele não atende!

O segurança desce as escadas já falando.

SEGURANÇA — Senhora Guimarães, o que vamos fazer com o corpo?

VANESSA — Levar pro cemitério mais próximo.

SEGURANÇA — Devo fazer isso agora?

VANESSA — Não, primeiro tenho que ter contato com o Fábio. Preciso dar ordem para que ele mate a Laura de uma vez por todas, mas eu não estou conseguindo!

Vanessa fica apreensiva.

CENA 8
Laura, sorrateiramente, anda pelos corredores. Ela vê o último segurança do local caminhar. Laura se aproxima dele com o guarda chuva. Ele como estava de costas, não a percebe. Fortemente, ela o atinge com o guarda chuva na cabeça. O segurança cai no chão, mas ainda acordado. Com um chute no rosto, Laura o adormece, em seguida, ela vai até à porta.

LAURA — Vamos lá. Me lembro que ouvi o Fábio falar com a Vanessa no celular sobre essa senha. É a data do aniversário dele: 27/5/1989.

Ela digita a data comemorativa e logo consegue abrir a porta. A mil por hora, o segurança vem correndo atrás.

SEGURANÇA — Vem cá, desgraçada! Você não vai fugir!

Ela sai pra fora trazendo o guarda chuva consigo, tenta fechar a porta, mas não obtém êxito. Laura pega o guarda chuva e põe entre as maçanetas imobilizando a porta.

LAURA (respira ofegante) — Eu não vou fugir? Eu já fugi. Sabe por quê? Porque eu sou Ana Cardoso! Eu sim sou indestrutível, Fábio. Você não.

Animada, ela vai embora.

CENA 9
Laura sentada à mesa falando com um funcionário. Ela assina um papel. Ele estranha os machucados.

LAURA — Pronto. Então, já posso ter acesso ao que me pertence?

FUNCIONÁRIO — Claro. Me siga.

Os dois vão até uma sala.

CENA 10
O funcionário abre a porta da sala. Nesta sala, havia várias gavetas encadeadas. Ele vai até a gaveta pertencente à Laura, abre, tira uma caixa de madeira e entrega pra ela.

LAURA — Regra número um: sempre tenha uma cópia dessas para o caso do
seu melhor amigo dar uma de herói e acabar morrendo. O bem sempre
vence o mal.

Vitoriosa, ela sai do banco levando a caixa nas mãos.

LAURA (pensando) — Coragem não me faltou pra eu vir até aqui. Vou seguir até o final. As próximas duas horas serão decisivas pra mim, pois não só vou honrar minha família com a finalização dessa vingança, como também vou honrar o Otávio e o Bruno. Morrer  nos próximos minutos, é uma hipótese que eu não descarto, afinal cheguei ao tão esperado... fim.

CONTINUA...

Nenhum comentário :

Postar um comentário



Por: Rafael Galvão