BrookHaven - S01E07 - Vengeance


Quero mergulhar de novo, quero voltar para meus amigos, quero saber o que aconteceu com Ashley, mas não sou capaz sequer de mover um membro.
— Você pode me levar lá pra cima?
— Poder eu até posso, mas você não vai escapar. – A garotinha responde.
— Eu estou pouco me lixando se vou escapar ou não, pelo menos se eu morrer, eu quero que encontrem meu corpo. – Exclamo.
A garotinha encosta seu dedo na minha testa e num piscar de olhos, estou diante do carro novamente. A garotinha desapareceu, mas meus amigos estão aqui. Todos, exceto por Ashley.
Corro para os braços de Rick e tenho uma recepção calorosa. Todos estão felizes em me ver, e o sentimento é mútuo. Atrás de Albert, vejo uma garota de cabelos pretos, com uma faca na mão. Antes que eu possa gritar, a garota some.
— Cadê a Ashley? – Pergunto.
— Não sabemos. De onde você veio? Quando acordamos, você não estava aqui.
— Rick, é tudo verdade.
— Tudo o quê? – Albert parece confuso.
— BrookHaven, os espíritos, toda a história que ouvimos é verdade. Os espíritos presos aqui estão fazendo de tudo para nos matar.
— Christina, você conseguiu ligar para alguém? – Rick pergunta.
— Sem serviço.
— A Ashley caiu no rio! Por favor, prestem atenção, vamos todos morrer!
Ergo a mão para dar um tapa em Rick, mas ele segura meu braço com a sua mão, interrompendo o movimento. Ele solta meu braço e eu volto ao penhasco, para procurar algum vestígio de que Ashley caiu.
Infelizmente, não encontro nada. Não dá para ver nada daqui de cima. Minha única escolha seria pular, mas a garotinha não vai me salvar desta vez, então tudo o que me resta é recuar.

Andamos por muito tempo até encontrarmos um hotel. Para um local abandonado, até que está em boas condições, não fossem alguns ossos que encontramos pelo caminho. Nós teríamos pegado a estrada de volta, se o caminho não tivesse se transformado num buraco gigante com um rio abaixo.
Rick dá um chute numa porta e ela desmancha com uma facilidade surpreendente. A quantidade de poeira começa a causar uma crise de espirros em Christina, mas ignoramos. Sento na cama, e me seguro para não deitar, após tudo que eu passei, uma noite de sono, mesmo que aqui, cairia muito bem.
Anoitece. O ar de BrookHaven fica cada vez mais gelado e sua aparência cada vez mais sombria. Rick e Albert estão sentados encostados na parede, enquanto que Christina está dormindo na cama ao meu lado. Eu estou sentada na cama por não conseguir pregar o olho a noite inteira, e é aí que o mal ataca.
Um barulho de terremoto começa a abalar as estruturas do hotel. Todos nós despertamos e nos vemos de cara com três homens fardados de aparência fantasmagórica.
— Saiam daqui! – Rick grita.
— Pela janela! – Albert aponta, e joga uma cadeira na janela, quebrando-a.
Christina pula a janela eu pego a câmera na cabeceira e vou em seguida. Ficará bem mais difícil correr a noite com toda essa escuridão e tudo o que eu tinha era meu celular, que caiu no penhasco da última vez.
A câmera.
— Christina, seus óculos de visão noturna ainda estão no seu bolso?
— Estão.
— Ponha-os.
Christina põe os óculos e eu posiciono a câmera na altura dos meus ombros. Ativo a visão noturna e começo a correr com Christina. A esta altura, já estamos muito longe do hotel, e é quando eu avisto a menina de cabelo preto.
— Para o outro lado, rápido!
Christina vira-se e ouço o barulho de um tiro. A bala atravessou sua cabeça, transformando-a em uma pasta corpórea que jorrou sangue em mim. A menina de cabelo preto está se aproximando e, paralisada pelo medo, não consigo revidar.

PRODUZIDO POR
UNBROKEN PRODUCTIONS

ESCRITO POR
W. H. PIMENTEL

UNBROKEN PRODUCTIONS SERIES

© 2015 BrookHaven – Todos os direitos reservados.

Nenhum comentário :

Postar um comentário



Por: Rafael Galvão